Mt. 5:21-22
Na Bíblia, o primeiro homicídio aconteceu entre dois irmãos - Caim matou Abel -, e de acordo com 1Jo.3:4, Caim matou seu irmão porque suas obras eram más.
Com o propósito de preservar a vida, a lei “não matarás” foi instituída, contudo a mesma não erradicou (arrancar pela raiz) do coração a maldade que leva um ser humano o matar outro, e a lei foi interpretada apenas como ato consumado, ou seja: só é homicida quem tira a vida de outro.
O Senhor Jesus fez uma releitura da lei e mostrou que matar alguém não é apenas tirar-lhe a vida, mas também cultivar sentimentos maliciosos contra o outro a ponto de anulá-lo, desprezá-lo e humilhá-lo.
É claro que, do ponto de vista humano, sentir o desejo de matar não é tão grave quanto matar; entretanto nutrir o desejo de matar, torna o indivíduo um assassino em potencial e é justamente deste mal que Jesus quer nos libertar, pois diante de Deus o que torna um indivíduo assassino é a maldade enraizada no coração (IJo. 3:15).
a) A raiz do problema – Mc. 7:21
O Senhor Jesus nos ensina que o problema não está na consecução do ato, mas o ato nutrir tais sentimentos dentro do coração. A raiz do problema aloja-se dentro da pessoa e não é fruto de uma influência externa. Quem não quer ser assassino necessita erradicar a maldade enraizada na caverna da alma. Um assassinato não começa com uma arma na mão, mas sim com uma intenção maliciosa, que se fermenta no ódio do coração e se concretiza com o desejo de matar.
b) O novo paradigma e a comunidade dos discípulos
Jesus aponta um caminho para que na comunidade dos discípulos nunca houvesse um assassinato. De que forma Ele fez isso? Ele toca nas motivações, valores e sentimentos dos discípulos. Jesus ensina que os seus discípulos jamais deveriam alimentar sentimentos de ódio, depreciação ou desrespeito ao próximo. Eles deveriam sempre buscar a reconciliação com os irmãos (Mt. 18:15-18), a negociação com os adversários (Mt. 5:25), cautela com os perversos (Mt.5:39-41) e misericórdia com os inimigos (Lc. 6:36, Rm. 12:20). Todas as recomendações dEle são em favor da vida, e vão além da proibição de não matar.
Como já vimos, no conceito de Jesus, somos assassinos necessitados de cura quando matamos uma pessoa dentro do nosso coração. Para o Senhor Jesus, na comunidade dos primeiros discípulos o assassinato jamais deveria existir, e Ele juntamente com os primeiros discípulos levaram isso tão a sério que preferiam a própria morte a ousar matar.