Membros e participantes da Igreja Batista Nova Vida em Valinhos, que se reúnem para edificação e pastoreio mútuo. Este Blog foi criado para que possamos compartilhar nossas conquistas, dúvidas e ansiedades sempre tendo em vista o princípios que compartilhamos.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Reunião 31/01/2008
Reunião do dia 31/01/2009
Os valores fundamentais para os relacionamentos cristãos e a minha vida
Os valores fundamentais que norteiam o ministério das células se baseiam nos princípios que o Novo Testamento apresenta para a vida de todo aquele que nasceu de novo e tem como propósito viver para a glória de Deus.
Os que de fato desejam agradar a Deus não se contentam com o conhecimento da Palavra de Deus, mas lutam para serem praticantes da Palavra.
No encontro de hoje, queremos desafiar você a pedir ao Espírito Santo que o encoraje a encarar seus medos e limitações, a assim abra o seu coração para que ocorra uma profunda transformação. Conte com seu trio e peça que o Senhor use a vida dos irmãos nesse processo de libertação e restauração.
1. Vamos relembrar os cinco valores fundamentais?
| Ser transparente | Importar-se | Ser humilde | Falar a verdade | Dar apoio |
| | | | | |
3. Compartilhe com seu trio o que você colocou no item dois e peça oração.
4. Estabeleça um alvo espiritual para os próximos trintas dias e peça ao seu trio que o ajude em oração e com cobrança.
Os valores do ministério e a transformação dos membros
Um dos maiores problemas na igreja, é que muitos dos seus membros, inclusive pessoas que exercem liderança não praticam o que ouvem, e com isso a igreja se torna desprovida de vida e da presença do Espírito Santo, tornando-se assim uma espécie de “clube”.
Uma das coisas mais fundamentais para o êxito de uma igreja, é que seus membros reflitam em seu modo de vida aquilo que crêem e ensinam, pois só assim a glória do Senhor será conhecida por intermédio da igreja.
Quando iniciamos o ministério das células tivemos como motivação o desejo de sermos uma igreja saudável, onde seus membros pudessem pastorear e serem pastoreados mutuamente.
Passados oito meses, depois de termos analisado as bases bíblicas para os valores apresentados e termos feito uma reflexão profunda no sermão do monte, sobre o “ser discípulo”, o que mudou em nossas vidas, famílias e ministérios? Estamos melhores do que quando iniciamos? Diante dos textos lidos hoje, o que as pessoas que mais nos conhecem diriam de nós?
a) Ser transparente “conhecer e ser conhecido” – 2 Co. 3:2; Fl. 4:5
Muitas pessoas não são transparentes em seus relacionamentos por conta de algumas barreiras, a saber: medo, vergonha, orgulho, preguiça, pecado, etc.
b) Importar-se “amar e ser amado” – Rm. 12:15; Gl. 6:2
Importar-se revela o quanto amamos e o quanto somos amados no Corpo de Cristo que é a igreja.
c) Ser humilde: “servir e ser servido” – Gl. 5:13
No N.T. encontramos ensinos e exemplos práticos que nos desafiam a ter atitudes de servos, pois quem não sabe servir ainda não é um autêntico discípulo de Jesus.
d) Falar a verdade: “admoestar e ser admoestado” – Rm. 15:14; Cl. 3:16; Hb. 10:25
Este é um dos pontos mais delicados na construção de relacionamentos autênticos, mas se não aprendermos construirmos relacionamentos “plastificados” onde a verdade será sempre deixada de lado. Não devemos jamais nos esquecer de que, quando não falamos a verdade, roubamos das pessoas a oportunidade delas crescerem espiritualmente.
e) Dar apoio e aprovação: “celebrar e ser celebrado” – Rm. 12:15a; I Ts. 5:16
O sermão do monte
"Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” (Mateus 5:1 – 12)
O Sermão do Monte e o Reino de Deus.
No Sermão do Monte, Jesus aprofunda ensinamentos relacionados à espiritualidade, à Ética, ao caráter e às atitudes dos seus discípulos, que quando postos em prática proporcionam aos que nEle crêem uma vida bem-aventurada, segura, sem ansiedade. A mensagem desse Sermão nos ajuda a entender a vida a partir de novos prismas, valores, princípios, virtudes e perspectivas, que nos transformam em verdadeiros cidadãos dos céus (Sl. 15). O Sermão do Monte nos chama a ser gente conforme o propósito de Deus e nos ensina como podemos nos tornar semelhantes ao nosso mestre – Jesus.
a) O Sermão do Monte e a vocação humana
Quando Deus nos criou, Ele nos criou para que fôssemos semelhantes a Ele em tudo, mas o pecado nos distanciou dEle de tal modo, que perdemos as características que nos assemelhava a Ele. Com o passar dos séculos, o ser humano distanciou-se do seu criador e tornou-se cada vez mais, menos humano, a ponto do Senhor ter dito: “Me arrependo de ter feito o homem” (Gn. 6:7).
Quando Jesus veio ao mundo, veio com o propósito de restaurar o seu humano em todas as áreas, inclusive na sua vocação humana. No Sermão do Monte, o Senhor Jesus nos faz ver que “ser humano” em toda a sua plenitude, é ser parecido com o Pai Celeste (Mt. 5:48; 1Pe. 2:2).
b) O Sermão do Monte e o projeto de vida de um discípulo
Quando um indivíduo, totalmente desumanizado pelo pecado e distanciamento de Deus, olha para o Sermão do Monte considera seus ensinos muito elevados e impossíveis de serem praticados, contudo quando um discípulo que abraçou os valores do Reino dos Céus e ama ao seu Senhor se depara com a mensagem nele contida, expressa um profundo desejo de viver além da mediocridade (média), e ele não mais se contentará com a frase: “Todo mundo faz”; pois o seu projeto de vida é ser semelhante àquele que o tirou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Co. 1:18)
c) O Sermão do Monte e a limitação humana
Diante da profundidade das palavras do Sermão do Monte, aquele que realmente ama ao Senhor, tendo em vista sua natureza pecaminosa, se sente incapaz de por em prática tudo o que o sermão ensina, e um profundo senso de insuficiência invade o seu coração (Rm. 7:24). Este abençoado senso de limitação conduz o discípulo à oração, à confissão, e, conseqüentemente, à total dependência de Deus, de modo que ele pode constatar, que apesar de sua limitação, é possível viver como Jesus viveu.
A multidão e os discípulos diante do Sermão do Monte.
O Novo Testamento retrata que o Senhor Jesus tinha interesse e compaixão pelas multidões, e Ele sabia que elas estavam exaustas, aflitas e sem pastor (Mt. 9:36). Jesus ao olhar para as multidões não via apenas um grande número de indivíduos, mas pessoas aflitas, desesperançadas, com sonhos, dores e aspirações. Foi em meio à multidão que Ele identificou a mulher Cananéia (Mt. 15:21-28); o cego de nascença (Jo. 9), os discípulos, e tantos outros que ansiavam por libertação. Mas essas multidões, das quais saíram os discípulos, tinham motivações incompatíveis com os valores do Reino, enquanto que os discípulos, à medida em que conheciam o seu Mestre desenvolviam novas motivações.
Ao pregar o Sermão do Monte, Jesus expôs os valores do Reino, tanto para os discípulos quanto para as multidões, mas essas multidões não tiveram suas vidas transformadas, antes à medida em que o tempo passou, suas frustrações aumentaram e elas desenvolveram um ódio mortal pelo Mestre, a ponto de pedirem a sua crucificação (Lc. 23:18-21).
Um texto que relata bem a motivação da multidão, que muitas vezes, foi em busca de Jesus, está Jo. 6, pois pelo fato de Jesus não ter repetido o milagre da multiplicação de pães e peixes, essa multidão, dentre a qual, muitos já se declaravam seus discípulos O abandonou.
Ao pregar o Sermão do Monte, Jesus manifestou interesse, tanto pela multidão quanto pelos discípulos. Aos dois acolheu com amor e compaixão, mas a multidão tinha como motivação ver a manifestação de poder, os milagres por Ele realizados e desfrutar dos benefícios do Mestre, mas não queriam transformação de vida e nem compromisso com o Reino.
Ao sair da multidão e ingressar na escola do discipulado, aquele grupo de homens havia descoberto que fora de Jesus não havia qualquer possibilidade de realização e nem salvação (Jo. 6:68). A partir desta perspectiva os discípulos seguem a Jesus pelo compromisso com Ele, pelo amor e confiança nEle, existindo milagres ou não, uma vez que para o discípulo não existe a palavra desconfiança em relação ao seu Mestre.
Enquanto a multidão tem interesse no que Jesus faz em benefício dela, o discípulo vive fascinado, acima de qualquer coisa, pela pessoa de Jesus, pela soberania de Deus, e pela regeneração de sua própria alma.
c) O discípulo e seu compromisso com a multidão
Jesus tem o poder de atrair e contagiar pessoas de todos os grupos sociais (Jo. 12:32). Cabe àquele que sai da multidão não se isolar e nem se alienar dela, mas integrar a comunidade de homens e mulheres que desejam transformação por meio dos valores do Reino de Deus,entrando para a família, cuja casa deve permanecer de portas abertas para acolher os que ainda estão na multidão.
Para se tornar um discípulo é preciso sair da multidão, mas jamais se pode esquecer que a missão de um discípulo é voltar à multidão para transformá-la em novos discípulos (Mt. 28:19-20)
“O Sermão do Monte e a felicidade do discípulo”
A palavra bem-aventurado ou seja: feliz, aparece antes de cada uma das virtudes ensinadas por Jesus por nove vezes (algumas interpretes colocam que são apenas sete e outros acham que são onze). Na nossa reflexão o que importa não é a quantidade, mas o tema abordado pelo mestre e o seu impacto na vida dos seus seguidores.
O assunto “felicidade” não era nenhuma novidade na época de Jesus, pois muitos já haviam falado sobre esse tema, entretanto a forma como Jesus trata dessa questão foi inovadora e transformadora, pois para Jesus a felicidade é um estado de alma, um modo e se perceber realizado com a vida, com o próximo e com Deus, um sentimento de paz interior que não se esgota.
Hoje, veremos alguns aspectos da felicidade proposta por Jesus para os seus discípulos:
a) A felicidade que é mais que prazer, realização e conquista humanos (Lc. 11:28)
Vários pensadores que antecederam ao Senhor Jesus, buscaram explicar o significado da felicidade. Alguns definiram a felicidade como um sentimento exclusivo de prazer, outros como um sentimento resultante da realização humana, e outros como resultado de uma conquista.
O Senhor Jesus apresenta uma visão de felicidade que vai muito além de “prazer”, “realização” e “conquistas”. É a felicidade que não depende destas coisas e transpõe toda e qualquer tristeza, e que só se estabelece em nós, quando nos encontramos com Deus e permitimos que o seu propósito se estabeleça em nossas vidas.
b) A felicidade que não depende das circunstâncias (At. 5:41; At. 16:19-25; Hb. 10:34; Ap. 2:10)
A felicidade proposta por Jesus, vai além do que qualquer prazer biológico, orgânico ou emocional possa proporcionar ao ser humano, e embora estes prazeres sejam muito importantes no nosso dia a dia, tais como: conviver com pessoas amadas, viver com dignidade, ter uma vida tranqüila, e assim por diante, a ausência deles não é suficiente para roubar a felicidade que nos é oferecida por Cristo, pois na vida dos discípulos podem surgir situações adversas, resultantes de fatores externos, tais como: perseguição, prisão, guerras, crise econômica, etc., que lhes prive desfrutar destes e de outros prazeres, ou ainda por atos voluntário do discípulo, tais como: não casar, estilo de vida simples, trabalho missionário pioneiro, etc; contudo o discípulo continuará sendo bem-aventurado, e sua condição natural de ser feliz nunca será extinta.
c) A felicidade que só se encontra quando se faz a vontade de Deus (Mt. 12:50; I Pe. 3:17)
A felicidade do discípulo consiste na arte de viver como luz do mundo. Ele vive de forma interdependente por amor, por decisão voluntária, mas não por depender do que os outros fazem ou dizem. O discípulo é feliz por condicionar o seu prazer com o bem e sua grande realização consiste em viver de acordo com sua vocação, ou seja: “ser um ser humano, conforme imagem e semelhança de Deus”.
E esse tipo de felicidade que propicia ao discípulo capacidade para superar suas limitações e perdas físicas, passando ele a viver sem depender do reconhecimento dos outros e nem do prestígio popular, mas unicamente de Deus.
“O discípulo e a sensibilidade humana”
Em nosso último encontro, vimos que de acordo com os valores ensinados pelo Senhor Jesus, a verdadeira felicidade do discípulo vai muito além daquilo que habitualmente entendemos como felicidade, pois ela é mais do que prazer, não depende das circunstâncias e só se encontra quando se faz a vontade de Deus
Hoje, veremos, que a felicidade que é proporcionada por Jesus, torna os seus discípulos, sensíveis à dor e ao sofrimento do próximo. Para o discípulo a felicidade consiste em reconhecer suas próprias mazelas, em ter compaixão pelo próximo e em lutar contra a injustiça, pois os que choram são felizes por conseguirem preservar a sua natureza, sua vocação de ser humano.
a) A sensibilidade de Jesus como modelo para os seus discípulos
Jesus por várias vezes demonstrou sensibilidade à dor e ao sofrimento humanos. Ele se compadecia das multidões porque eram como ovelhas que não tinham pastor ((Mt. 9:36; 14:14; 15:32), mas também chorou diante dos familiares e dos amigos de Lázaro (Jo. 11:35).
Os que se tornam discípulos de Jesus também são “batizados de sensibilidade”, e por terem uma missão idêntica a de seu mestre, expressam essa sensibilidade diante da tragédia e miséria humanas (Rm. 12:15)
b) O choro como expressão da compaixão de Deus (Mt. 20:34; Mc. 1:41; Lc. 7:13)
Chorar por chorar não indica felicidade, pois um choro pode ser apenas uma reação do organismo, uma descarga emocional, face a dor física, às tristezas, às frustrações, às decepções, ao estresse, ao esgotamento, etc. Embora chorar seja uma atitude legítima e inerente ao ser humano, não é a este tipo de choro a que se referiu o Senhor Jesus, quando disse: “Bem-aventurados os que choram”.
O choro que produz felicidade é fruto da compaixão pela vida, compaixão esta que leva o discípulo a buscar em Deus o socorro para suas limitações e para o sofrimento alheio. Os discípulos choram porque foram perdoados e tiveram sua humanidade interior redimida e se tornaram capazes de olhar para o seu próximo com uma compaixão semelhante a de Deus.
c) A certeza da consolação faz o discípulo chorar o choro de quem é feliz
O discípulo tem a gloriosa promessa de que ele será consolado. Todos aqueles que amaram a Deus e padeceram perseguições (Hb. 10:32-37) certamente choraram, mas o choro que eles choraram não era o choro da dor, da incerteza e, ou do medo, mas o choro de quem tinha dentro de si um tesouro de valor glorioso, tesouro este que lhes assegurava vitória, em quaisquer que fossem as circunstâncias. A presença do consolador (Espírito Santo) leva o discípulo às lagrimas, lágrimas que expressam felicidade, por saber que o Deus Eterno o perdoou e nele veio fazer morada.
“O discípulo e a virtude da mansidão.”
Em geral, as grandes conquistas e a terra pertencem aos valentes. Na visão do mundo, só aqueles que usam a força como instrumento de dominação e opressão, é que podem conquistar a terra. Os valentes são aqueles que precisam fazer uso da força para provar que são e podem alguma coisa.
Contudo os valentes não são e nem podem ser felizes, pois vivem cercados de insegurança, pois precisam vigiar continuamente para não serem surpreendidos pelos inimigos que fizerem em suas conquistas, e além do mais vivem perseguidos pelo medo de perder o que conquistaram.
Os valentes conquistam a terra, mas não conseguem conquistar espaço nos corações das pessoas, e são condenados a viver na solidão, principalmente quando se deparam com os momentos mais difíceis da existência humana.
A virtude ensinada pelo Senhor Jesus, mostrou aos discípulos uma nova forma de conquistar os corações das pessoas, viver feliz e por fim herdar a terra.
a) Jesus como modelo de mansidão – Mt. 11:29
Os discípulos não apenas ouviram de Jesus, mas também tiveram a oportunidade de ver com os seus próprios olhos, o exemplo dado por Ele, de como é ser manso; pois este Jesus sendo Deus Eterno, fez-se semelhante a nós e padeceu todo tipo de humilhação e sofrimento (Fl. 2:6-8) para conquistar os corações de homens e mulheres escravizados pelo pecado e pelo diabo. A Bíblia é enfática e a história também testifica, ninguém conseguiu conquistar tantos corações como o Senhor Jesus (Ap. 7:9-10).
b) Os mansos dependem de Deus – Rm. 12:19; 2Tm. 2:14
Enquanto os valentes, movidos pelo desejo de conquista e/ou pelos seus temores, guerreiam, agridem, matam, atacam, etc.; os mansos têm uma atitude radicalmente diferente porque não têm que provar nada pra ninguém e nem competir com ninguém, pois eles sabem que de fato são em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Em razão dessa consciência, gerada pelo Espírito Santo os mansos dependem do Pai Celeste.
c) A cruz: a prova final da mansidão – Mc. 8:34
Diante da cruz, o Senhor Jesus, passou pela prova final da mansidão, pois ali Ele teve que resistir ao uso da violência, não pedir fogo do céu sobre os inimigos, não aceitar a espada como forma de vingança. Os seus discípulos viram tudo e puderam compreender o que é ser manso em toda a sua plenitude, mas também foram confrontados com a mensagem de que eles também teriam que tomar suas cruzes e imitá-los.
“O discípulo e o seu anseio pela justiça”
O homem, criado pelo Deus Justo e Santo, em decorrência do pecado tornou-se profundamente injusto em sua natureza e muitas vezes insensível às injustiças praticadas à sua volta. Com a chegada do Reino dos Céus, Jesus ensina que a felicidade se estabelece no coração daqueles que resgatam dentro de si, o desejo pela justiça de Deus em suas vidas, em suas relações e no mundo.
O Senhor Jesus ao pregar o Sermão do Monte, usa uma linguagem radical, ao afirmar que os felizes são aqueles que têm fome e sede de justiça, ou seja, necessidade básica para a existência humana.
a) As faces da justiça – Mt. 5:20 e 6:1
Os textos em foco nos falam de um tipo de justiça que não agrada a Deus e pela qual o discípulo não dever ter nenhum anseio. Esta justiça é a justiça dos escribas e fariseus, um tipo de justiça superficial, legalista e meramente punitiva.
Jesus condenou os atos de justiça que têm como objetivo a propaganda pessoal, e que tentam passar uma imagem daquilo que não são.
Os religiosos acreditam haver neles justiça suficiente para agradar a Deus, enquanto os discípulos reconhecem que toda justiça que possuem e praticam vem de Deus.
têm aparência de sabedoria, mas não tem nenhum valor diante de Deus
Os textos em foco nos falam de um tipo de justiça que não agrada a Deus e pela qual o discípulo não dever ter nenhum anseio. Esta justiça é a justiça dos escribas e fariseus, um tipo de justiça superficial, legalista e meramente punitiva.
Jesus condenou os atos de justiça que têm como objetivo a propaganda pessoal, e que tentam passar uma imagem daquilo que não são. A justiça dos religiosos têm aparência de sabedoria, mas não tem nenhum valor diante de Deus
c) A justiça nas relações humanas
O discípulo tem a gloriosa promessa de que ele será consolado. Todos aqueles que amaram a Deus e padeceram perseguições (Hb. 10:32-37) certamente choraram, mas o choro que eles choraram não era o choro da dor, da incerteza e, ou do medo, mas o choro de quem tinha dentro de si um tesouro de valor glorioso, tesouro este que lhes assegurava vitória, em quaisquer que fossem as circunstâncias. A presença do consolador (Espírito Santo) leva o discípulo às lagrimas, lágrimas que expressam felicidade, por saber que o Deus Eterno o perdoou e nele veio fazer morada.
“O discípulo e a virtude da misericórdia”
A cada dia que passa, as pessoas vão se tornando mais insensíveis à dor e ao sofrimento alheios, e expressam menos compaixão pelo semelhante, como se elas estivessem imunes a sentimentos e emoções por outros seres humanos.
A mensagem do Novo Testamento que desafia o ser humano a experimentar a misericórdia do Senhor, também desafia este mesmo ser humano a exercer misericórdia para com o seu semelhante. Hoje vamos ver o que é misericórdia e de que maneira ela se expressa na vida de um discípulo.
a) O que é misericórdia? Lm. 3:22
Na Bíblia as palavras graça, compaixão, piedade, e algumas outras são usadas em muitos textos como sinônimo de misericórdia. Dentre estas palavras, a palavra graça se destaca, pois entre “graça” e “misericórdia” não há qualquer diferença.
Alguém definiu: “misericórdia é a capacidade de suportar os miseráveis”. Esta é uma das mais profundas definições desta palavra, pois ela engloba tudo o que Deus fez por nós e define o modo como devemos tratar o nosso semelhante.
De acordo com o profeta Jeremias, nós só continuamos existindo por conta da misericórdia que há
b) A misericórdia é refluxo do amor de Deus – Mt. 6:12; Jo. 15:12
Assim como as demais virtudes, a misericórdia também se manifesta na vida do discípulo como refluxo do que ele recebeu de Deus, pois é impossível ao ser humano exercer misericórdia conforme Jesus ensinou, se ele não houver experimentado a misericórdia em sua vida. O discípulo, uma vez que foi alcançado pela graça de Deus, torna-se um ser humano gracioso – age com a mesma graça recebida de Deus, age com senso de piedade em relação aos outros, como disse Martin Lloyd-Jones: “o crente é alguém dotado de senso de piedade”
c) A misericórdia e o poder do Espírito Santo – Rm. 8:9-10
O discípulo não age baseado na ação e/ou reação das pessoas, mas sim com base na sua relação com Deus. Ele age movido pelo poder do Espírito que nele habita, Espírito este proveniente de Deus, que o capacita para viver e agir como filho de Deus.
O poder que o Espírito Santo concede ao discípulo leva-o a agir com misericórdia, mesmo para com aquele que se declara seu inimigo (Rm. 12:20). Sob esta graça, o discípulo consegue usar de misericórdia a despeito das possíveis maldades do inimigo.
“A pureza de coração que produz a felicidade”
Na visão do Antigo Testamento ter o privilégio de ver a Deus era algo quase que exclusivo de pessoas especiais, tais como sacerdotes, profetas, juízes e alguns reis e patriarcas. Além destes, poucos tiveram tal privilégio.
Ao trazer a visão do Reino, em sua primeira pregação, o Senhor Jesus de maneira muita enfática afirma que todas as pessoas poderão ver a Deus, e a única condição que se requer é que sejam puras e limpas de coração. De que maneira as pessoas poderão ver a Deus? O que significa ser puro e limpo de coração?
a) A santificação que não depende do homem
É muito comum encontrarmos crentes e não crentes que acreditam que verão a Deus porque se empenham por levar uma vida santa, justa e reta; contudo este tipo de “santidade” que é plenamente louvável não é suficiente para nos transformar em “puros e limpos de coração”.
A pureza a que Jesus se referiu só é alcançada por aqueles que se tornaram pobres de espírito. Aqueles que reconheceram que em si mesmos não havia qualquer valor que lhes permitisse ver a Deus, e por isso tiveram que se lançar diante deste Deus amoroso, e por intermédio de seu Filho buscaram o perdão, a saber: a pureza de mãos e limpeza de coração. Os limpos de coração são limpos por causa da transparência de alma, e assim acreditam mais em Deus do que em si mesmos.
b) A santidade que apenas Deus pode ver – Sl. 24:4,5
Ser puro e limpo de coração tem haver com um tipo de santidade que só Deus tem o poder de perceber. Essa santidade se manifesta nas motivações sinceras da alma, honestidade das intenções interiores, que nenhum de nós, por mais que conheça uma pessoa, tem condições de avaliar.
Os limpos de coração já choraram seus próprios pecados e já experimentaram o perdão concedido pelo Pai Celeste. Estão libertos do peso dos seus erros, são puros em suas motivações e desfrutam da paz de Deus. Sinceridade e integridade são as características mais evidentes dos limpos de coração. Nesse contexto, a santidade é uma condição de fé que precede a ética e a moral.
c) A santidade que nos permite ver a Deus – Hb. 12:14
A santidade decorrente da fé em Cristo dá ao discípulo a ousadia para entrar na presença do Pai, e vê-lo por meio de Jesus Cristo e estar com Ele a todo instante. Essa mesma santidade possibilita ao discípulo ver a Deus no rosto de cada irmão e irmã, como Jacó viu no rosto de seu irmão Esaú (Gn. 33:10), e por fim vê-lo na eternidade em toda a sua plenitude.
“O discípulo e a virtude da paz”
Falar de paz, em geral parece ser algo bastante ilusório, pois vivemos em um contexto de guerra contínua, no qual temos dificuldades de compreender uns aos outros e mais ainda, de vivermos em paz uns com ou outros.
Para muitas pessoas a paz é sinônimo de ausência de guerra, contudo na perspectiva do Novo Testamento a paz vai muito além disso, pois ela propicia que alguém, mesmo estando no meio de uma guerra, continue vivendo em paz, pois a paz apresentada por Jesus é uma condição interior, um estado de espírito, que não depende das circunstâncias.
Apenas os que experimentam desta paz tem condição de ser pacificadores conforme Jesus ensinou e assim desfrutar da verdadeira felicidade.
a) A paz de Jesus X a paz do mundo – Jo. 14:27
O Senhor Jesus fez uma distinção entre a paz que ele oferece e a paz que o mundo dá, pois enquanto a paz proveniente do mundo depende das circunstâncias, a paz de Jesus é fruto da sua presença no coração do discípulo; ou seja, o discípulo vive em paz porque conhece a Deus por intermédio de seu filho – Jesus Cristo.
b) A amplitude da paz prometida por Jesus – Fl. 4:7
Paulo em sua carta aos filipenses declara: “a paz de Deus excede a todo entendimento” e também tem o poder de guardar “o coração e a mente” do discípulo. A paz que é dada por Jesus tem poder suficiente para preservar as áreas mais sensíveis do ser humano: “coração e mente”; justamente as duas áreas que são mais vulneráveis e que mais sofrem ataques.
A paz prometida por Jesus cria uma espécie de proteção e dá ao discípulo uma segurança interior que o capacita a enfrentar toda e qualquer circunstância, e ainda assim permanecer em paz.
c) O discípulo como agente da paz
A paz que torna o discípulo um pacificador é resultante de sua amizade com Deus (Rm. 5:1), e não apenas de um desejo interior de promover a paz. O discípulo tem a identidade de filho de Deus, e como filho do príncipe da paz, também tem como motivação a promoção da paz entre os homens e entre o homem e Deus. O discípulo sabe a quem pertence e essa certeza lhe dá a convicção de que sua missão é promover a paz.
“O discípulo e a perseguição que resulta em felicidade”
Vimos na virtude anterior que os pacificadores são felizes, contudo temos que ressaltar que a paz que produz felicidade não é apenas um mero sentimento de aproximação das pessoas, ou um estar bem com todas as pessoas, mas um estado de espírito resultante da comunhão com Deus.
É importante frisar também que a paz pode, em várias situações, significar rompimento, separação, confrontação de poderes, pois afinal de contas uma das características dos discípulos é a fome e a sede de justiça, daí a possibilidade de ser perseguido e sofrer por causa da justiça.
a) A felicidade que resulta em perseguição – At. 5:41
O discípulo em razão de sua firme decisão de viver a serviço do bem contra o mal, e de lutar contra toda a espécie de injustiça, de amar a despeito do ódio de muitos, de ser pacificador em meio a um cenário de guerra, pode sofrer perseguição, e esta perseguição se tornar um fator de felicidade, entretanto temos que enfatizar que o discípulo não precisa ser perseguido para ser feliz, pois a sua felicidade é resultante de sua paz com Deus.
b) O discípulo e a identificação com os profetas – Mt. 5:12
O Senhor Jesus, ao concluir as bem-aventuranças fez uma comparação impressionante, pois estabeleceu um elo entre os seguidores da nova Aliança com os da Antiga. Ele disse que os profetas foram perseguidos por estas mesmas razões; e assim os discípulos passam a ser identificados com os profetas. Por inferência podemos afirmar que ser discípulo é ser profeta, e o profeta tem como ministério trazer Deus ao povo e chamar este povo ao arrependimento, e pregar este tipo de mensagem pode levar à perseguição.
c) O discípulo como co-participante dos sofrimentos de Cristo – Jo. 16:33 e I Pe. 4:13
Há em nossos dias uma mensagem, principalmente a chamada teologia da prosperidade, que prega que seguir a Jesus nos livra de todo e qualquer tipo sofrimento, além de nos garantir uma vida material muito próspera, entretanto não é isso que encontramos no Novo Testamento, antes pelo contrário, o discípulo é advertido quanto aos riscos de sua caminhada com Cristo, pois ele estará sujeito a sofrimentos e perseguições, tornando-se desta forma um co-participante dos sofrimentos do Salvador Jesus
“Discípulos que dão sabor e iluminam”
Nesta passagem, o Senhor Jesus fez uso de duas figuras riquíssimas em significados e possibilidades de aplicações, contudo temos que ser cuidadosos na interpretação das mesmas, para não darmos mais valor às figuras do que aos valores enfatizados na passagem.
As figuras e imagens utilizadas por Jesus tinham como propósito facilitar a compreensão de sua mensagem, mas não eram a mensagem em si mesmas, por isso devemos nos empenhar para perceber as idéias dentro do texto, pois nelas é que está contida a mensagem.
Para melhor compreendermos a colocação acima, vejamos os seguintes exemplos: a) a presença do sal conserva e dar sabor aos alimentos, logo poderíamos dizer que é a presença dos discípulos que preserva e dá sabor à humanidade; b) O sal em demasia estraga qualquer comida, logo poderíamos chegar à conclusão equivocada de que a presença de muitos discípulos estragaria a sociedade. Que absurdo!
a) A presença relevante do discípulo – V. 13
A figura do sal foi utilizada por Jesus, após Ele ter falado de felicidade e ensinado sobre santidade, misericórdia, fome e sede de justiça, mansidão, etc. Ele acabara de ensinar valores e princípios capazes de dar sentido à vida e torná-la realmente significativa e sem eles a vida deixa de ser interessante, desafiadora; daí podemos concluir, que se a vida de um discípulo não for marcada pelos valores ensinados nas bem-aventuranças, ele será como o sal que perdeu o sabor, que para nada mais presta, a não ser, para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.
Os discípulos são sal da terra à medida em que vivem de forma relevante, ou seja: têm um estilo de vida que expressa os valores do Reino de Deus, quando agrega valor ao ambiente, quando age como filho de Deus.
b) A presença visível do discípulo – V. 14
Quem vive e pratica as bem-aventuranças não tem como esconder o exemplo. Sua vida será semelhante a uma cidade construída sobre um monte ou a uma lâmpada acesa num poste de praça.
A luz do evangelho na vida do discípulo brilha no mundo, logo podemos perceber que o discípulo tem uma tarefa pública em todas as áreas (política, social, histórica, etc).
“O detalhe que faz a diferença”
A partir deste texto o Senhor Jesus introduz uma releitura da lei, que além dos 10 mandamentos, incluía outros 600 (cerca) mandamentos oriundos das leis morais e cerimônias do judaísmo, que tinham que ser observados por todo aquele que quisesse agradar a Deus. O Senhor Jesus usa os textos como ponto de partida para um aprofundamento dos valores do Reino de Deus, os quais fariam toda a diferença na comunidade dos discípulos.
Uma das coisas que Jesus enfatiza no texto é que Ele veio cumprir a lei e afirma que ela um dia será plenamente cumprida. Ele toma como exemplo o “I” e o “TIL”; ou seja a letra e o sinal de menor relevância na língua hebraica, para ensinar que diante de Deus os detalhes fazem grande diferença.
a) O perigo da religiosidade legalista – V. 18
Ao enfatizar o “I” e o “TIL”, o Senhor Jesus não está reforçando o rigor da lei (letra), mas o espírito da lei, o detalhe, o valor daquilo que à primeira vista parecia totalmente insignificante, mas que diante de Deus fazia e faz toda a diferença.
Os judeus tinham uma visão legalista da lei, ou seja, eles se preocupavam em interpretar os mandamentos ao pé da letra, e com isso se julgavam justos (principalmente os escribas e os fariseus) e além do mais se consideravam capazes para julgar e condenar o próximo sem misericórdia (Jo. 8:1-11).
Como exemplo disso, podemos citar o mandamento “não matarás”, que na visão dos judeus significava deter a potencialidade de uma pessoa destruir ou interromper a vida, seja a sua própria, ou a de outro; na visão do Senhor Jesus o ato de odiar, irar-se contra o outro, considerá-lo tolo e desprezível, já é em si, um crime contra a vida (Mt. 5:21,22; I Jo. 3:15).
Os discípulos são chamados a um estilo de vida que vai muito além da aparência, pois o que de fato faz diferença no Reino de Deus é o que está dentro do coração dos discípulos, e não o que eles aparentam ser.
b) A radicalidade do discípulo – V. 20
Jesus chamou os seus discípulos a um estilo de vida radical, o qual não se contenta com a aparência de ser santo, mas com as motivações do coração. Motivações que se manifestam em sinais quase imperceptíveis (ira, olhar impuro, orar para ser visto, desprezo por alguém, etc), mas que diante de Deus revelam a impureza do coração. O discípulo tem que ser radical e com o auxílio do Espírito Santo deve erradicar o mal pela raiz, e não se contentar com o fato de não cometer o delito, mas buscar não desejá-lo, pois a justiça dos discípulos tem que exceder a dos escribas e fariseus.