Mt. 5:33-37
Nestes versos, o Senhor Jesus retoma o que foi dito aos antigos, dá uma nova interpretação, aprofunda a essência do ensinamento e propõe um nova premissa, que é: “De modo algum jureis”.
Na visão dos antigos bastava cumprir rigorosamente um juramento e eles estariam livres de qualquer cobrança por parte de Deus ou de seus representantes.
Ao analisarmos o texto, vemos que Jesus não está condenando compromissos e votos que possamos assumir com Deus ou com as pessoas, mas sim a motivação com que as pessoas faziam e fazem juramentos, na sua relação com o Senhor e com as pessoas.
a) Juramento como instrumento de barganha com Deus (Mt. 5:34,35)
Na relação do discípulo com o Pai Celeste não há lugar para barganha, troca de favores ou recompensas, mas unicamente de confiança. O discípulo crer na soberania de Deus e a ela se submete, pois o seu Deus é Senhor de todas as coisas, e ele tem consciência de que não há nada que ele possa oferecer ou prometer, que já não pertença a Ele (Sl. 24:1), já no paganismo, a relação entre os devotos e a divindade, funciona à base de troca e barganhas, mas no cristianismo elas jamais deveriam existir.
b) Juramento como instrumento de credibilidade (Mt. 36,37)
O discípulo de Jesus é chamado a ter uma palavra que reflita quem ele é em Cristo; logo, ele não necessita de artifícios manipuladores para merecer confiança ou ter credibilidade. O discípulo tem consciência de que tudo que o ele fala, vai se refletir no seu relacionamento com Deus, por esta razão o seu SIM e o seu NÃO serão sempre reflexo de um caráter regenerado.
Não há pecado em se fazer um compromisso, um voto ou uma aliança com Deus ou com as pessoas, até porque em toda a Bíblia, Deus lida com o seu povo através de alianças, contudo temos que compreender que estes compromissos, votos e alianças que venhamos a fazer com Deus ou com as pessoas, devem estar relacionados à santidade, ao caráter e à integridade, e não às coisas, pois não há nada que um discípulo possa oferecer, que já não pertença a Ele. O discípulo, tem consciência que tudo o que ele recebe é fruto da preciosa graça e infinita misericórdia do Senhor.